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Paulo Freire Censurado nos EUA

pedagogia do oprimidoDia desses, em nossa comunidade no facebook: http://www.facebook.com/groups/293392137382802/, conversávamos sobre a opção ético-política de Paulo Freire. Em suas obras mais recentes, sua opção escancaradamente foi a de um marxismo cristão. Ou seja, sem deixar de ser cristão, Freire aproximou-se das ideias de Marx, e o materialismo histórico forma a base de suas ideias maduras. Esta é a leitura que faço e que me parece óbvia quando assisto à sua última entrevista: http://www.youtube.com/watch?v=Ul90heSRYfE ou quando leio sua obra: Política e educação: ensaios. São Paulo: Cortez.

Até hoje o autor é lido incompletamente, incriminado e marginalizado por conta desta opção. Infelizmente, em muitos cursos de pedagogia por aí, ele é ensinado como o construtor de um método para alfabetização de jovens e adultos. Ou algumas pessoas pegam apenas suas ideias expostas em obras como a pedagogia da autonomia, nas quais ele enfatiza em um assunto, mas pressupondo os anteriores abordados.

A meu ver não é possível ler um Paulo Freire Fragmentado. Inclusive como ele cansou de dizer, sua consciência ético-crítica foi ocorrendo em seu processo. Sem sombra de dúvidas a Pedagogia do Oprimido marca a base de seu pensamento, sem tela em vista, qualquer outra obra do autor torna-se incompleta.

O motivo de dizer isso, é o que intitula esta postagem. No dia 13/02 lemos a notícia (http://correiodobrasil.com.br/paulo-freire-banido/377938/#%26gt) que o secretario de educação do Arizona censurou a Pedagogia do Oprimido nas escolas. O motivo:

…o secretário da educação do Arizona John Huppenthal disse que, ao visitar uma escola em Tucson, notou que Che Guevara era tratado como um herói, inclusive com direito a pôster numa das salas de aula, enquanto que Benjamin Franklin era considerado racista pela turma. Huppenthal julgou intolerável que o termo “oprimido” do livro de Paulo Freire fosse inspirado no Manifesto Comunista de Marx e Engels, “que considera que a inteira história da humanidade é uma batalha entre opressores e oprimidos”, criticou o secretário…

Nem precisamos perguntar-nos aonde este senhor nasceu: entre os opressores ou oprimidos. Se levamos em consideração que a citada escola tem sua maioria mexicanos, como nos diz a notícia, é realmente um perigo que leiam pedagogia do oprimido. Pois se tomarem consciência de classe, quem se permitirá ser explorado nas multinacionais estadunidenses?

É engraçado, como está claro se houvesse uma foto de Franklin, estaria tudo certo e seriam elogiados.

Tudo que é contra o centro é considerado subversivo, marginal, crime…

E dizem que vivemos numa democracia…Aliás, muitos dos lambedores de sapatos dos estadunidenses, que tiveram a infelicidade de nascerem brasileir@s, tomam os Estados Unidos como um exemplo de nação democrática. É lamentável!

 

 

Comentários

  1. muito bom o texto, concordo que não é possivel ler Paulo Freire "em fragmentos", é preciso tomar sua obra em toda sua interesa.

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